Em outra matéria, o jornal Diário do Nordeste destaca a primeira pesquisa em audiodescrição de obras de artes visuais no Nordeste, resultado da dissertação de mestrado do audiodescritor Juarez Nunes de Oliveira Júnior, que investigou a tradução das imagens das obras do artista cearense Aldemir Martins para pessoas com deficiência visual.
PESQUISA
A arte de usar sentimentos para traduzir imagens em palavras
31.03.2013
Usando a sensibilidade, audiodescritor torna acessível a deficientes visuais a arte do pintor Aldemir Martins
Traduzir as imagens, as cores vibrantes e os traços precisos dos trabalhos do artista visual cearense Aldemir Martins (1922-2006) em palavras a fim de que pessoas portadoras de necessidades especiais visuais possam conhecer, através da descrição e da imaginação, a essência de sua obra, conhecida mundo afora.
Cinco obras do artista visual cearense Aldemir Martins são traduzidas para deficientes visuais
Esse foi o desafio do audiodescritor e atualmente doutorando em Linguística Aplicada, Juarez Nunes de Oliveira Júnior, que usou a sensibilidade para conseguir o feito. A ideia da tradução surgiu a partir de pesquisa no Laboratório de Tradução Audiovisual (Latav) da Universidade Estadual do Ceará (Uece), contando com orientação da professora Vera Lúcia Santiago. O resultado do trabalho está materializado n a dissertação: “Ouvindo imagens: a audiodescrição de obras de Aldemir Martins”.
A pesquisa constitui a primeira dissertação de mestrado sobre o tema no Nordeste, que consiste no estudo e tradução de obras de arte para deficientes visuais. O estudante trabalhou com cinco obras de Aldemir Martins, que integram o acervo do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (Mauc/UFC), escolhidas entre temas mais recorrentes na sua trajetória: cangaceiros, rendeiras, além do beato, retratando a religiosidade do povo cearense e nordestino. O gosto pela arte o jovem já cultivava. Agora, o interesse pela audiodescrição começou com a sua participação em uma oficina no Latav, sendo convidado para trabalhar com a professora. Sempre demonstrando interesse pela arte, daí o trabalho enfocar algumas obras de Aldemir Martins. “São cinco trabalhos relevantes e considero importante que o público deficiente visual possa também compartilhar”.
Juarez Nunes Júnior critica o pouco incentivo, além da falta de divulgação e de acesso das pessoas portadoras de necessidades especiais visuais aos espaços culturais da Cidade. Explica que na Europa e nos Estados Unidos há uma melhor compreensão dessa realidade, no sentido de maior inclusão das pessoas nesses espaços.
Arte para todos
“A audiodescrição veio para tornar acessíveis os bens culturais e incluir os deficientes visuais nos equipamentos de arte”, afirma. O recurso contempla não apenas pessoas com limitações visuais, mais também aquelas portadoras de necessidades cognitivas, a exemplo da síndrome de Down e de autismo.
O estudante conta que, na dissertação, descreve cinco obras de Aldemir Martins, citando uma delas, “Beato”, de 1978, um desenho. Ele retrata com riqueza de detalhes a obra, desde a técnica utilizada, passando pelo aspecto expressivo. O objetivo é oferecer o maior número de informações possíveis, para que o deficiente visual construa a sua imagem visual.
A descrição inclui dimensão do quadro, qual a técnica utilizada, além de descrever a imagem propriamente. No caso das obras coloridas, como o “Cangaceiro”, o audiodescritor faz alusão ao colorido da imagem. Assim como a “Rendeira”. O estudante esclarece que a audiodescrição funciona como tradução simultânea, fazendo com que as pessoas portadoras de deficiência visual consigam desenhar a imagem mentalmente.
“Ele vai criando essa imagem visual”, completa, considerando a audiodescrição como algo ainda novo no Brasil. No Ceará, ressalta o trabalho que o Latav realiza, na divulgação e no estudo sobre o assunto, falando das oficinas que oferece, mas lamenta a falta de divulgação. O seu uso possibilita a inclusão dessa pessoas no campo da produção artístico-cultural, citando a programação de TV, leitura de obras de arte, teatro e dança.
“Aos poucos está sendo divulgado e o público sendo formado”, diz, ao se referir ao trabalho do audiodescritor, profissão reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No momento, realiza pesquisa tendo como objeto de estudo seis roteiros de curtas metragens. “No mestrado, estudei a imagem estática, agora, em movimento”. (IS)
Dissertação de mestrado do audiodescritor Juarez Nunes Júnior tem como objeto de estudo cinco obras do pintor cearense Aldemir Martins
Traduzir as imagens, as cores vibrantes e os traços precisos dos trabalhos do artista visual cearense Aldemir Martins (1922-2006) em palavras a fim de que pessoas portadoras de necessidades especiais visuais possam conhecer, através da descrição e da imaginação, a essência de sua obra, conhecida mundo afora.
Cinco obras do artista visual cearense Aldemir Martins são traduzidas para deficientes visuais
Esse foi o desafio do audiodescritor e atualmente doutorando em Linguística Aplicada, Juarez Nunes de Oliveira Júnior, que usou a sensibilidade para conseguir o feito. A ideia da tradução surgiu a partir de pesquisa no Laboratório de Tradução Audiovisual (Latav) da Universidade Estadual do Ceará (Uece), contando com orientação da professora Vera Lúcia Santiago. O resultado do trabalho está materializado n a dissertação: “Ouvindo imagens: a audiodescrição de obras de Aldemir Martins”.
A pesquisa constitui a primeira dissertação de mestrado sobre o tema no Nordeste, que consiste no estudo e tradução de obras de arte para deficientes visuais. O estudante trabalhou com cinco obras de Aldemir Martins, que integram o acervo do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (Mauc/UFC), escolhidas entre temas mais recorrentes na sua trajetória: cangaceiros, rendeiras, além do beato, retratando a religiosidade do povo cearense e nordestino. O gosto pela arte o jovem já cultivava. Agora, o interesse pela audiodescrição começou com a sua participação em uma oficina no Latav, sendo convidado para trabalhar com a professora. Sempre demonstrando interesse pela arte, daí o trabalho enfocar algumas obras de Aldemir Martins. “São cinco trabalhos relevantes e considero importante que o público deficiente visual possa também compartilhar”.
Juarez Nunes Júnior critica o pouco incentivo, além da falta de divulgação e de acesso das pessoas portadoras de necessidades especiais visuais aos espaços culturais da Cidade. Explica que na Europa e nos Estados Unidos há uma melhor compreensão dessa realidade, no sentido de maior inclusão das pessoas nesses espaços.
Arte para todos
“A audiodescrição veio para tornar acessíveis os bens culturais e incluir os deficientes visuais nos equipamentos de arte”, afirma. O recurso contempla não apenas pessoas com limitações visuais, mais também aquelas portadoras de necessidades cognitivas, a exemplo da síndrome de Down e de autismo.
O estudante conta que, na dissertação, descreve cinco obras de Aldemir Martins, citando uma delas, “Beato”, de 1978, um desenho. Ele retrata com riqueza de detalhes a obra, desde a técnica utilizada, passando pelo aspecto expressivo. O objetivo é oferecer o maior número de informações possíveis, para que o deficiente visual construa a sua imagem visual.
A descrição inclui dimensão do quadro, qual a técnica utilizada, além de descrever a imagem propriamente. No caso das obras coloridas, como o “Cangaceiro”, o audiodescritor faz alusão ao colorido da imagem. Assim como a “Rendeira”. O estudante esclarece que a audiodescrição funciona como tradução simultânea, fazendo com que as pessoas portadoras de deficiência visual consigam desenhar a imagem mentalmente.
“Ele vai criando essa imagem visual”, completa, considerando a audiodescrição como algo ainda novo no Brasil. No Ceará, ressalta o trabalho que o Latav realiza, na divulgação e no estudo sobre o assunto, falando das oficinas que oferece, mas lamenta a falta de divulgação. O seu uso possibilita a inclusão dessa pessoas no campo da produção artístico-cultural, citando a programação de TV, leitura de obras de arte, teatro e dança.
“Aos poucos está sendo divulgado e o público sendo formado”, diz, ao se referir ao trabalho do audiodescritor, profissão reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No momento, realiza pesquisa tendo como objeto de estudo seis roteiros de curtas metragens. “No mestrado, estudei a imagem estática, agora, em movimento”. (IS)
Dissertação de mestrado do audiodescritor Juarez Nunes Júnior tem como objeto de estudo cinco obras do pintor cearense Aldemir Martins
Comentários
Postar um comentário